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Cadeia produtiva: saiba como funciona e como torná-la mais sustentável

Cadeia produtiva são as atividades que vão desde a produção até o consumo final de um produto. Todas elas devem estar bem articuladas para o sucesso de uma empresa.


Você sabe o que é uma cadeia produtiva e como ela está inserida no dia a dia de pessoas e, principalmente, das empresas? Te damos um exemplo prático.

Se você está lendo esse texto em frente a um computador você é parte de uma cadeia produtiva. Essa máquina passou por um longo processo para chegar até você. 

Vamos supor que você o comprou em um e-commerce, esse mesmo e-commerce adquiriu o aparelho de uma distribuidora que, por sua vez, o retirou de uma fábrica ou montadora.

A fábrica, no entanto, utilizou matérias-primas para a produção, adquiridas de alguma fornecedora.

Todo produto disponível em lojas virtuais ou físicas faz um caminho semelhante. E o responsável por esse percurso é a cadeia de produção. Acompanhe o artigo e entenda como ela funciona na prática.

O que é cadeia produtiva?

O conceito de cadeia produtiva é definido como um conjunto de atividades que contemplam, desde a produção até o consumo final de um produto e sua colocação no mercado.

Trata-se de uma sucessão de operações integradas que vão desde a extração e manuseio da matéria-prima até a distribuição do produto.

Simplificando: nada mais é do que um conjunto de etapas consecutivas ao longo da produção, as quais os diversos insumos (matéria-prima) são transformados em um bem.

Nesse processo, ocorre a entrada de diversos insumos que sofrem algum tipo de transformação, seja por uso de máquinas e equipamentos, até se incorporarem em produtos intermediários. 

Depois, ainda há a formação do produto final, em que acontece a distribuição e comercialização do produto.

Podemos falar que a cadeia produtiva engloba tanto os bens de consumo (adquiridos pelo consumidor final) quanto os bens de produção (matéria-prima) e bens de capital (equipamentos e bens necessários para a produção de outros bens ou serviços).

A Association Française de Normalisation (AFNOR) adota um conceito mais amplo de cadeia produtiva e leva em conta todo o encadeamento de modificações da matéria-prima, com finalidade econômica.

Porém com um detalhe: inclui desde a exploração da matéria-prima, até o seu retorno à natureza, passando pelos circuitos produtivos, de consumo, de recuperação e tratamento.

Quais são as etapas da cadeia produtiva e como funcionam?

Antes de entrarmos nas etapas da cadeia produtiva em si, vale ressaltar que cada produto tem suas particularidades.

E as empresas envolvidas nesse processo vão se conectar à sua própria maneira a essas fases.

Dito isto, vamos caracterizar as três principais etapas da cadeia produtiva.

1. Extração de matéria-prima

Para que uma cadeia produtiva inicie, a disponibilidade de matéria prima é imprescindível. Logo, sem ela fica impossível a produção. Por isso, esta primeira etapa é realizada por indústrias extrativas.

No agronegócio, por exemplo, a fase é promovida por empresas fornecedoras de sementes, adubo, calcário, ração para animais e até fornecedores de máquinas e tecnologia.

2. Transformação da matéria-prima em produto

Depois que os recursos são extraídos, é preciso refiná-los para que possam ser utilizados, ou seja, transformar esses materiais em produtos que serão comercializados.

Em alguns setores da economia, esse é o papel de indústrias metalúrgicas, siderúrgicas e petroquímicas. 

No agronegócio, esta fase relaciona-se a geração de commodities como madeira, cereais, leite, carnes, frutas, legumes e outros.

É nesta etapa que também ocorre a limpeza, secagem, armazenamento e empacotamento de alguns produtos.

3. Distribuição do produto

Finalizado todo o processo de transformação do produto, entramos na etapa de disponibilizá-los aos consumidores.

Nesse momento, investimentos em logística se fazem necessários. Afinal, os custos de produção podem ser afetados por um transporte ineficiente, por exemplo.

De acordo com cada modelo de negócio, distribuidoras podem ser acionadas para escoar a produção.

Negócios menores, normalmente, precisam só de uma, já grandes empresas devem contar com um conjunto de distribuidoras e revendedoras para garantir a entrega dos produtos no nosso país ou fora dele.

Um ponto que cabe atenção: a adequação da cadeia produtiva em relação à demanda. Isto é, o fluxo de produtos deve ser suficiente para a pronta entrega, no entanto, saiba que a produção excedente ajuda a desvalorizar os produtos.

Para contornar esse problema, muitas empresas investem em produções enxutas com a eliminação de processos que não agregam ao produto, além da otimização de tarefas.

Qual é a diferença entre a cadeia produtiva, cadeia de valor e cadeia de suprimentos?

Como já vimos, a cadeia produtiva é a sequência de atores que interagem ao longo de um processo produtivo para assegurar a oferta de bens ou serviços ao mercado.

Dessa forma, a cadeia produtiva pode ser considerada:

  1. Mais ampla e englobar a cadeia de suprimentos;
  2. Abranger diversas empresas, etapas e segmentos, sem ter necessariamente uma autoridade central;
  3. Focar em processos macroeconômicos;
  4. Partir de produtos para analisar toda a cadeia;
  5. Não se restringir diretamente à tecnologia para análises.

Já a cadeia de valor é o conjunto de atividades que agregam valor a um produto ou serviço, mas que são desempenhadas por uma empresa.

Resumo da cadeia de valor:

  • Se concentra em ações de adição de valor nas atividades para alcançar o máximo valor para seus clientes;
  • Foca a partir dos requisitos do cliente, em que os processos podem ser alterados para atenderem a ele.

Por sua vez, a cadeia de suprimentos envolve várias empresas com o intuito de realizar as atividades de um fluxo produtivo, que inclui:

  • Desenhar um produto ou serviço;
  • Obter a matéria-prima necessária;
  • Produzir a mercadoria;
  • Distribuí-la;

Assim, a cadeia de suprimentos reúne as características a seguir, que são:

  1. É parte da cadeia produtiva;
  2. Foca em um negócio específico da empresa central da cadeia; que coordena todo o negócio, desde a procura e relação com fornecedores até clientes;
  3. Tem como foco processos microeconômicos;
  4. A tecnologia é um dos pontos-chave de análise por meio da supply chain management para melhorar a cadeia de suprimentos.

Cadeia de produção no agronegócio 

O Brasil é um dos países que mais produz alimentos do mundo. Por isso, as cadeias produtivas do Agronegócio são uma das principais fontes de renda aqui. 

No setor, a cadeia produtiva envolve algumas etapas e possui uma estrutura definida. Veja abaixo.

Estrutura produtiva do agronegócio:

  1. Insumos: é a primeira etapa da cadeia. Consiste no fornecimento de insumos para as fazendas. Os itens são sementes, adubo, calcário, ração para os animais, máquinas, tecnologia e outros. Lembrando que, os insumos precisam ter qualidade e chegar até o produtor adequadamente.
  1. Produção: nessa fase, os insumos geram commodities por meio da plantação. A produção pode ser feita em fazendas ou outros, a depender do tipo de produto.
  1. Processamento:  talvez, uma das etapas mais importantes para o agro. O processamento é a transformação final dos produtos para serem consumidos. Por exemplo, o processamento da soja é transformado em óleo. Aqui, estamos falando na seleção dos melhores itens para o produto final ter qualidade.
  1. Distribuição: quando os produtos estão prontos vão para os distribuidores e em seguida para os varejistas, onde serão vendidos.Se forem itens perecíveis, é essencial que o tempo de viagem até as lojas seja o menor possível.
  1. Consumidor final: a última etapa é quando o produto chega até o consumidor final. Isso significa que pode acontecer em pontos de venda no país ou no exterior.

Principais cadeias produtivas do agronegócio:

  • Cadeia produtiva do café;
  • Cadeia produtiva da cana-de-açúcar;
  • Cadeia produtiva da carne;
  • Cadeia produtiva do leite;
  • Cadeia produtiva do milho
  • Cadeia produtiva da soja.
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Cadeias produtivas sustentáveis

O conceito de cadeia produtiva retrata, em parte, o atual modelo linear de produção, caracterizado por “produzir, utilizar e descartar”, onde todos os produtos atingem eventualmente um estatuto de “fim de vida útil”

A partir das recentes preocupações em produzir de forma sustentável, o modelo de economia linear tem se mostrado ultrapassado, apontado também como a causa imediata de impactos ambientais, muitas vezes irreversíveis aos ecossistemas.

Nesse contexto, o objetivo 12 da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável da ONU, propõe o modelo de economia circular, que priorize os objetivos de “reduzir, reutilizar e reciclar”.

Com a necessidade de mudança de paradigma, a economia circular vem atraindo cada vez mais atenção ao planejar um novo modelo de sociedade que busca a otimização dos materiais, energias e resíduos em prol da eficiência do uso destes recursos, possibilitando a conversão dos resíduos cada vez mais em matérias-primas.

Portanto, a economia circular reúne ações para alongar a vida útil de produtos e materiais, fazendo um uso mais eficiente de recursos naturais. 

Imersão na cadeia do açaí de Curralinho

Comprometida com a transformação de negócios e questões globais de sustentabilidade, a MJV se tornou a parceira para o desenvolvimento das soluções tecnológicas do Pro Natura Smart e Smart Amazônia.

Há mais de 8 anos, o Pro Natura atua no desenvolvimento local de Curralinho, município da região do Marajó, no Pará.

O trabalho envolve o apoio na criação da primeira cooperativa da cadeia do açaí na região: a Cooperativa Sementes do Marajó.

Em continuidade a este movimento de formalização da cadeia, nasceu o Programa Smart Amazônia, em busca de soluções inovadoras sustentáveis com aporte de tecnologias avançadas para atuar na região.

O projeto trata-se de uma prova de conceito que deve ser replicado e escalado em outros contextos e regiões.

Com o intuito de mapear desafios e oportunidades deste contexto, a parceria entre o Pro Natura e a MJV, durante o mês agosto de 2021, realizou um estudo de imersão na cadeia extrativista do açaí na região de Curralinho seguido de uma imersão complementar em novembro do mesmo ano. 

Você pode acompanhar o resultado desse trabalho em um mini documentário – Cadeia do açaí: uma janela para um mundo sustentável. Assista agora!

 

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