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Tokenização: o que é, como funciona, riscos e vantagens

Se você já leu algo sobre tokenização, porém quer se aprofundar ainda mais no processo de digitalização de ativos, esse é o momento. Saiba como a tecnologia funciona, incluindo prós e contras.


Se você gosta de acompanhar as novidades do mercado financeiro de perto, certamente já ouviu falar sobre tokenização. Afinal de contas, essa é uma das tendências que mais movimentou o mercado financeiro no último ano.

No Brasil, por exemplo, já há diversos projetos sendo lançados nesta frente com o apoio do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários. Mas, por ser algo relativamente novo, é comum que o assunto ainda cause dúvidas.

Se você já leu algo sobre tokenização, porém quer se aprofundar ainda mais no processo de digitalização de ativos, esse é o momento. 

Ao longo deste artigo, explicaremos como esse tipo de tecnologia funciona, incluindo seus prós e contras.

Boa leitura!  

O que é tokenização?

Considerada mais uma evolução da digitalização de dados, a tokenização nada mais é do que o processo de transformar ativos financeiros e não financeiros (qualquer coisa que possua valor) em ativos digitais.

O grande objetivo, aqui, é oferecer praticidade: uma vez digitalizados, os ativos podem ser transferidos, comprados, vendidos e até mesmo armazenados com mais facilidade e economia.

Aliás, a tokenização está inserida dentro de um conceito que se popularizou nos últimos anos: a Sharing Economy (economia de compartilhamento), cujo objetivo é dividir o uso ou a compra de serviços de forma facilitada.

Leia também: Real Digital: saiba tudo sobre a CBDC brasileira

Quais ativos podem ser tokenizados?

Sempre que a conversa sobre tokenização vem à tona, uma das primeiras dúvidas que surgem é sobre o que, de fato, pode ser digitalizado. Portanto, vamos logo esclarecer.

Em suma, qualquer ativo que possua valor econômico e possa ser negociado ou considerado um investimento, seja ele tangível ou não, entra nessa lista. 

Veja alguns exemplos:

  • Imóveis;
  • Músicas e obras de arte em geral;
  • Direitos autorais;
  • Créditos, títulos e ações;
  • Commodities;
  • Objetos colecionáveis;
  • Equipes esportivas;
  • Metais preciosos.

Principais tipos de tokens que podem ser gerados

Além de saber quais ativos podem passar pelo processo de tokenização, é importante que você saiba que há diferentes tipos de tokens que podem ser gerados a partir deles.

Dê só uma olhada nos principais:

  1. NFTs (non-fungible tokens): permitem um “selo” de identidade única a um ativo digital, sendo especialmente utilizados na tokenização de obras de arte;
  2. Payment tokens: são usadas como meios de pagamento, a exemplo do Bitcoin (criptomoeda livre e descentralizada);
  3. Security tokens: são ativos possíveis de serem negociados como obrigações, debêntures, garantias, ações e imóveis. Sendo assim, eles se assemelham às ações na Bolsa de Valores;
  4. Utility tokens: por fim, temos ativos mais específicos, usados pontualmente. Programas de fidelidade e descontos em lojas entram nesta categoria. 

Você pode se interessar por: Carteiras digitais: o que são e por que implementar no seu negócio?

Como funciona o processo de tokenização?

Agora que você já sabe quais são as principais classificações dos tokens, deve estar se perguntando como funciona a digitalização dos ativos mencionados acima, não é mesmo?

Então vamos a um breve passo a passo:

Etapa 1: primeiro, o detentor do ativo – seja ele uma pessoa física ou uma empresa, deve manifestar a sua intenção de tokenização para uma empresa especializada no assunto;

Etapa 2: uma vez aprovada a proposta, o ativo a ser digitalizado é fracionado em partes iguais, conhecidas como token. Isso é feito a partir da tecnologia de blockchain, um livro contábil compartilhado que registra as transações e o rastreamento de ativos em uma rede;

Etapa 3: concluída esta etapa, o ativo tokenizado já fica disponível (e devidamente protegido por criptografia). A partir de então, ele pode tanto ficar sob a guarda do detentor quanto ser negociado para terceiros.

Vale dizer que tudo é feito de forma automática e digital, além de ficar disponível full time. Ou seja, é possível negociar esses ativos instantaneamente, em qualquer horário e no  mundo todo.

Vantagens e riscos da tokenização

Como dissemos no início do artigo, a tokenização ainda levanta muitas dúvidas. Algumas pessoas ainda se questionam sobre as vantagens que essa tecnologia traz e quais os riscos associados a ela.

Bom, é justamente sobre esses dois pontos que falaremos a partir de agora. Acompanhe as vantagens e riscos:

Vantagens:

  • Devido aos valores de entrada mais baixos e a redução das burocracias, há maior possibilidade de diversificação dos investimentos;
  • Como consequência, a tokenização também facilita o acesso de pequenos investidores a um universo que, até então, era restrito a poucas pessoas e a grandes empresas;
  • Aumenta as chances de o investimento chegar a um número maior de investidores, já que elimina as barreiras geográficas;
  • Elimina, também, a necessidade de ter uma entidade como intermediadora. Afinal, tudo é feito por meio do Blockchain;
  • Possibilita a negociação e a transferência dos ativos 24h/dia, com agilidade, baixo custo e segurança.

Riscos:

Os benefícios que listados acima são bem tentadores, não é mesmo? Mas lembre-se de que, assim como outros tipos de investimentos, a tokenização também envolve alguns riscos a serem considerados.

Entre eles, os principais são o contexto macroeconômico, a liquidez e a volatilidade dos ativos. 

Além disso, é importante estudar bastante sobre o assunto antes de investir, para evitar possíveis golpes.

Tokenização é um caminho em construção

Vale lembrar, também, que a regulamentação dos tokens ainda é algo em construção: embora já existam regras em muitos países, ainda há algumas lacunas a serem preenchidas. 

Sendo assim, é recomendável estar atento às garantias jurídicas deste mercado.

No Brasil, por exemplo, o órgão responsável por fiscalizar a negociação de security tokens é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que inclusive divulgou um Parecer de Orientação sobre o assunto em outubro deste ano.

Além disso, já existe um projeto de lei (PL 3.825/2019) sobre criptomoedas transitando pelo congresso, que visa regular as operações realizadas com criptoativos no país em breve.

Esperamos que as informações reunidas aqui tenham ampliado o seu conhecimento sobre a tokenização. 

Caso queira se aprofundar ainda mais no universo dos investimentos, temos um conteúdo complementar que pode ajudar.

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