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GDPR: o que é e como funciona a lei de proteção de dados da União Europeia

GDPR é a sigla para General Data Protection Regulation, por aqui Regulamento Geral de Proteção de Dados, uma legislação de proteção de dados da União Europeia.


Na prática, GPDR é um conjunto de novas regras de controle e processamento de informações de identificação pessoal.

Você sabe o que é o GDPR e como ele pode afetar os seus negócios? Já parou para pensar que novos modelos de negócio precisam ser colocados em prática para se adequar a essa nova realidade?

Vamos ajudá-lo a refletir com profundidade sobre esse tema.

Continue lendo esse artigo para conhecer o funcionamento do GDPR, como ele influencia os negócios no Brasil e o que você pode fazer para adaptar sua empresa a ele!

O que é GDPR

Em janeiro de 2012, a Comissão Europeia estabeleceu planos para a reforma da proteção de dados em toda a União Europeia (UE). O objetivo: “tornar a Europa apta para a era digital”.

Quase seis anos depois, em 2018, chegou-se a um acordo sobre o que isso envolvia e como seria aplicado. Um dos principais componentes das reformas é a introdução do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR).

Na sua essência, o GDPR é um novo conjunto de regras destinadas a dar aos cidadãos da UE mais controle sobre seus dados pessoais; simplificar o enquadramento regulamentar, para que tanto os cidadãos como as empresas possam se beneficiar plenamente da economia digital.

Esse novo quadro da UE aplica-se às organizações em todos os estados membros e tem implicações para empresas e indivíduos não apenas na Europa; também para aqueles que têm negócios no território europeu ou que utilizem e/ou compartilhem dados daquela — e com aquela — região.

As reformas são projetadas para refletir o mundo em que estamos vivendo agora e traz leis e obrigações — incluindo as que envolvem dados pessoais, privacidade e consentimento.

Como o GDPR funciona na prática

Já notou que quase todos os aspectos da nossa vida gira em torno de dados? De empresas de mídia social a bancos, varejistas e governos.

Quase todos os serviços que usamos envolvem a coleta e a análise de nossos dados pessoais. Seu nome, endereço, número de cartão de crédito etc. são dados coletados, analisados ​​e, talvez mais importante ainda, armazenados pelas organizações.

Violações de dados inevitavelmente acontecem. As informações são perdidas, roubadas ou liberadas nas mãos de pessoas nos mais recônditos lugares da terra — e essas pessoas geralmente têm intenções específicas.

Sob os termos do GDPR, as organizações não somente terão que garantir que os dados pessoais sejam coletados legalmente e sob condições estritas, mas que os gerenciem de maneira a protegê-los do uso indevido.

Com esse regulamento, as empresas também estão formalmente obrigadas a respeitar os direitos dos usuários — proprietários dos dados — ou vão enfrentar penalidades por não fazê-lo.

A quem o GDPR se aplica

O Regulamento Geral de Proteção de Dados aplica-se a qualquer organização que opere na UE, bem como a quaisquer organizações fora da UE que ofereçam bens ou serviços a clientes ou empresas daquele continente.

Isso significa que quase todas as grandes corporações do mundo precisam estar prontas para não infringir o GDPR. Elas precisam ter uma estratégia de conformidade com o Regulamento.

Existem dois tipos diferentes de manipuladores de dados aos quais a legislação se aplica: ‘processadores’ e ‘controllers’. As definições de cada um estão estabelecidas no artigo 4.º do RDPR. Basicamente, elas são as seguintes:

  • controlador é “pessoa, autoridade pública, agência ou outro organismo que, sozinho ou em conjunto com outros, determina os fins e meios de processamento de dados pessoais”;
  • processador é a “pessoa, autoridade pública, agência ou outro organismo que processa dados pessoais em nome do controlador”.

Como o GDPR afeta as empresas brasileiras

O impacto do GDPR nas empresas brasileiras é enorme. O regulamento modifica permanentemente a forma como os dados de clientes europeus são coletados, armazenados e utilizados nos negócios.

Portanto, é fundamental que os negócios brasileiros que atuam ou querem atuar na União Europeia conheçam em profundidade o GDPR.

As multas pelo não cumprimento deste novo regulamento são grandes. Elas podem chegar a 20 milhões de Euros ou, no caso de violações mais graves, até 4% da receita global total do negócio.

Por exemplo, não ter o consentimento suficiente do cliente para processar dados ou violar os princípios de privacidade é considerado uma infração grave.

Existe também uma abordagem escalonada de multas. A sanção pode ser de 2% por não ter registros em ordem e/ou não avisar a autoridade competente ​​e o titular das informações sobre uma violação.

Vai ficar cada vez mais difícil para as empresas nacionais, que não se adequarem ao GDPR, fixarem seus negócios na Europa.

O mesmo é válido para parcerias com organizações daquela região — desde que as negociações envolvam manipulação de dados de cidadãos europeus.

Como preparar sua empresa para o GDPR e fazer negócios na União Europeia

Além de conhecer em profundidade o GDPR, também será necessário ajustar o modelo de negócio para fazer ou continuar fazendo negócios na União Europeia.

Foque seu negócio no usuário

O GDPR praticamente obriga as organizações a ter mais foco nos usuários. Isso significa criar recursos, plataformas e métodos que deem mais transparência nas transações e na utilização das informações de clientes, fornecedores e parceiros.

A experiência do usuário aliada à segurança da informação precisa ser reforçada. E isso vai além de implementar mecanismos.

Cada vez mais será preciso dar aos usuários meios de gerir quais dados querem compartilhar e quais não. Sem dúvida, a API of me é uma tendência que deve ser levada em consideração.

Use Design Thinking e estratégias de User-Centrism

No que diz respeito aos métodos empregados para adequar o modelo de negócio ao GDPR, recomendamos duas abordagens:

Design Thinking

Design Thinking é uma abordagem estruturada de inovação que tem o ser humano como foco e busca gerar soluções que alinham o desejo e as necessidades do usuário consumidor à geração de valor para o negócio.

Esse método funciona através de alguns princípios que são aplicados em projetos de inovação para as mais diversas finalidades:

  1. Foco nas pessoas
  2. Colaboração multidisciplinar
  3. Tangibilização das ideias e conceitos

É possível empregar o Design Thinking na fase de reformulação ou adequação do modelo de negócio para se enquadrar no GDPR, mas também para lidar com a nova mentalidade dos usuários de tecnologia na União Europeia.

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User-Centrism

O termo User-Centrism foi cunhado por Rick Levine, Christopher Locke, Doc Searls e David Weinberger no livro The Cluetrain Manifesto (1999). Refere-se à noção de que os consumidores estão cada vez mais controlando como os serviços são entregues a eles, em vez de serem gerenciados com força pelos fornecedores.

Ao estabelecer uma Estratégia com foco no usuário, é possível centralizar nele os mecanismos de autocontrole de suas informações, bem como elevar a transparência no intercâmbio de dados.

Uma prática que entra nessa abordagem é a chamada API of Me, que nada mais é do que a ideia de dar ao consumidor total controle sobre quem pode acessar seus dados pessoais na Internet.

Com uma API com armazenamento na nuvem seria possível gerenciar permissões de dados. A questão é empoderar o cidadão para mediar as transações acerca de seus dados, podendo inclusive revertê-las em benefícios como descontos, redução de custos, entre outros.

Next steps

Como você viu ao longo desta leitura, há um certo desafio para as organizações de todo o mundo que atuam na União Europeia. E isso não é diferente com as empresas brasileiras.

É necessário agir o quanto antes para se adequar ao novo regulamento, sobretudo para obter o background necessário e estar apto para as oportunidades futuras.

O que você achou da reflexão que trouxemos neste artigo? Faça contato conosco e veja como podemos ajudá-lo em sua Estratégia de conformidade com o GDPR! 

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