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Futuro do Trabalho: como será a volta aos escritórios

Essa pergunta é mais carregada do que ela aparenta ser. Portanto, precisamos desmembrar as muitas outras perguntas que vêm com ela para mergulharmos nesse tema.


As primeiras perguntas que devem surgir por aí — e que vêm junto com todas essas transformações que estamos vivenciando — são: 

  • O que é futuro? 
  • O que é trabalho?
  • Haverá volta? 
  • Em que termos?

Vivemos um momento de incertezas. E a insegurança é inerente ao ser humano, principalmente nessas condições. Todos estão olhando para o futuro sem conseguir responder ou ter o mínimo de noção de para onde ele aponta. 

A solução é olhar para o futuro — preferencialmente de forma otimista —, pensar nele e em como podemos construir futuros desejáveis juntos e de forma colaborativa. 

O mundo pós-normal

Por conta do isolamento social e corporativo, um dos principais aspectos do mundo pós-normal é que estamos voltando para uma humanidade, deixando de ser uma persona, uma máscara social e nos tornando mais verdadeiros. Mas existem vários dilemas sobre o que é e o que virá a ser o nosso novo normal. 

Volta aos escritórios?

Dentro do Futurismo, lidamos com isso através do mapeamento de incertezas. Esse é o primeiro passo. 

Aqui, na MJV, estamos trabalhando em um projeto muito extenso que chama-se, justamente, o Pós-Normal. Dessa forma, estamos trazendo todas as implicações do que significa o Covid-19 em diversas áreas para tentarmos entender quais são as novas formas de organização que podem surgir a partir da sua disseminação. 

Mapeamos 4 incertezas. E cada uma delas tem duas polaridades. 

Vamos ver conferir! 

 

Colaboração e convívio remoto

Como vamos nos relacionar? 

Como serão essas novas relações que hoje estão acontecendo só remotamente? 

  • Polaridade A: PERDA DA CONFIANÇA, DISTANCIAMENTO E SILOS

É a mentalidade antiga de que se eu não vejo a pessoa na mesa dela, não confio que ela está, de fato, trabalhando. Isso causa um distanciamento ainda maior — muitas vezes entre pessoas que já eram distantes. 

Os colaboradores passam a interagir somente com as pessoas de quem são mais próximos e com quem trabalham diretamente. 

Isso acontece porque não somos treinados para trabalhar virtualmente. Segundo a Harvard Business Review, apenas 30% das empresas dão treinamento para seus funcionários de como interagir com ferramentas digitais. 

Porém, esse treinamento é focado apenas no uso do software, na parte técnica. Ou seja, praticamente ninguém foca no uso comportamental. Dessa forma, fica a pergunta: como teremos novas interações? Como lidaremos com o social? 

  • Polaridade B: NOVAS HABILIDADES, INTELIGÊNCIA VIRTUAL

É fato: vamos desenvolver novas habilidades. A Harvard Business Review chamou de Inteligência Virtual: trabalharmos de forma saudável no ambiente virtual. 

Porém, para aprendermos a construir juntos, mesmo que distantes, precisamos ser ensinados, já que não é da nossa natureza essa forma de colaboração. 

Produtividade e Gestão de Tempo em Casa

Como fica a Gestão do Tempo?

Como podemos dividir a nossa rotina sem estar presencialmente no escritório? 

  • Polaridade A: DE VOLTA AO 9 AS 18

Existe a crença de que, passada a pandemia, todos voltarão para a rotina de trabalhar dentro do horário comercial em seus respectivos locais de trabalho. Porém, nossa futurista Bibiana Bosak, acha isso pouco provável. 

Ela acredita que, pelo cenário que estamos vendo em outros países do mundo, mesmo que não seja mais obrigatório o isolamento social, será fundamental o distanciamento social. Talvez em um tempo maior do que se imaginava no começo da pandemia.  

  • Polaridade B: HOME OFFICE: O NOVO NORMAL

 O trabalho remoto como o novo normal apresenta alguns desafios para empresas centralizadas, com muitas reuniões e gestões muito duras. Além disso, exige segurança (conforme apontamos na incerteza anterior), rotinas e encontrar formas de trabalho com pessoas que não estão ao nosso lado. 

NOTA! Existe aqui um futuro do futuro que se chama D.A.O (Decentralized Autonomous Organization). E é nessa direção para onde possivelmente vamos caminhar: viver e trabalhar em redes. 

Liderança e Planejamento

Como os negócios vão se estruturar?

Como os C-levels e as Diretorias vão encarar isso?

  • Polaridade A: CORRER ATRÁS DO PREJUÍZO COM FOCO NO CURTO PRAZO

É a polaridade da emergência: fazer o que é possível e não deixar acontecer de novo. 

  • Polaridade B: ESTRATÉGIAS DE ANTIFRAGILIDADE E INOVAÇÃO

A partir do aprendizado que estamos tendo nesse momento, precisamos buscar estratégias de antifragilidade perante cenários adversos que provocam alguma ameaça. 

Existe uma necessidade latente de começarmos a pensar em gestão de risco, gestão de crise e olhar para o futuro. 

Novas Habilidades

Que novas habilidades surgirão nesse contexto?

  • Polaridade A: ACELERAÇÃO DA OBSOLESCÊNCIA DE PROFISSIONAIS

Quando começamos a falar mais em automação, robótica, Inteligência Artificial, é natural que os profissionais se questionem sobre as suas próprias funções. 

O que vai acontecer comigo? Onde vou me encaixar? 

  • Polaridade B: SURGIMENTO DE NOVAS NECESSIDADES, HABILIDADES

E PROFISSÕES

Em um longo prazo (que não é tão longo assim), teremos a capacidade de adaptação. E é o que mais precisamos em um momento de crise.  

Veja: não estamos falando que ninguém vai perder o emprego. Mas pode ser que as funções mudem completamente. E aí é o momento de olhar para dentro e se perguntar quais são as suas habilidades que podem contribuir nesse cenário – além da função que você já ocupa, é claro! 

O novo normal

Diante de todas essas incertezas, a frase que melhor define o nosso novo normal é:

A tecnologia não vai eliminar 0 trabalho, mas vai eliminar trabalho .”

Rosa Alegria

Vamos deixar de ter alguns custos que hoje consideramos invisíveis (por exemplo, deslocamento, horário de almoço, conflitos de agendas etc.) e passaremos a ter algumas facilidades por conta da tecnologia.  

Muitas coisas vão mudar para melhor dentro desse caos e colapso. Para isso, são necessárias disciplina e resiliência para sustentar essas mudanças até que elas parem de doer e estejamos 100% adaptados. 

A nossa principal característica como humanos é a nossa capacidade de imaginar e de adaptar. E é por isso que a gente consegue construir tudo o que construímos até hoje. Então, sim, vamos conseguir imaginar novas formas e imaginar novos formatos para a realidade de insegurança que se apresenta. 

Sabemos que construir esse novo normal é um desafio muito grande. Para isso, nós da MJV temos feito um grande exercício de pensar em como podemos aprender e fazer juntos  a Transformação Remota. 

Aproveitamos para deixar aqui um convite. Mais do que um convite, uma necessidade, pois apesar do isolamento social, ninguém conseguirá fazer isso sozinho. 

E aí? Vamos construir juntos o novo normal? 

 

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