Embora seja um conceito básico da gestão empresarial, os últimos anos reforçaram que o planejamento estratégico é uma ferramenta indispensável para os negócios que querem prosperar em um mercado capaz de mudar da noite para o dia.

Seja qual for o tamanho ou segmento de atuação da empresa, planejar o futuro, estabelecer objetivos, metas e indicadores, é fundamental. 

Mas, por mais que isso já esteja claro para a maioria das empresas, colocar esse conceito em prática continua sendo um desafio de muitos gestores.

Se esse é o seu caso, fique tranquilo: vamos apresentar todas as informações que você precisa para planejar estrategicamente os próximos passos da sua organização ou área.

Boa leitura!

O que é planejamento estratégico?

No livro “The Will to Manage”, Marvin Bower (teórico de negócios e consultor de gestão norte-americano) foi cirúrgico ao definir o que é planejamento estratégico.

Segundo o autor, esse é um conceito totalmente relacionado ao ajuste da organização ao ambiente, que permite resolver problemas básicos, contornar limitações, capitalizar vantagens e aproveitar as principais oportunidades.

Em outras palavras, o planejamento estratégico funciona como uma espécie de roteiro que indica quais esforços são necessários para que a empresa chegue aonde espera em um determinado período.

É isso, aliás, que faz dele uma ferramenta de gestão tão importante para o sucesso dos negócios!

Tipos de planejamento estratégico

Achar que todo planejamento estratégico é igual é um pensamento ainda comum. Por isso, queremos desde já esclarecer que, na verdade, esse conceito se divide em três tipos principais:

1. Planejamento operacional

Está relacionado às atividades mais rotineiras da organização, ou seja, aquelas que precisam acontecer no dia a dia.

No geral, o planejamento operacional inclui todos os colaboradores da empresa e indica como as atividades devem ser conduzidas por eles de forma eficiente. 

Ele foca, portanto, na definição de objetivos e resultados bem específicos – que devem ser alcançados no curto prazo.

2. Planejamento tático

O planejamento tático, por sua vez, foca no médio prazo e traz definições detalhadas sobre as ações que cada área ou unidade de negócio da empresa deve realizar.

Ele é mais voltado para os colaboradores de média gestão, como os gerentes dos departamentos, e suporta os planos estratégicos de alto nível – sobre o qual falaremos na sequência.

3. Planejamento estratégico

Por fim, temos o planejamento que é encabeçado pela alta administração da empresa e funciona como o principal norteador das ações organizacionais de longo prazo.

Geralmente, ele começa com a definição da missão, valores e visão da empresa. Mas mira também em objetivos que levam mais tempo para serem alcançados, como a entrada em outro segmento ou o desenvolvimento de um novo produto.  

Benefícios do planejamento estratégico

Como você viu acima, o planejamento estratégico se aplica a todos os níveis da empresa. Não por acaso, ele é a chave para o aumento da produtividade e melhora dos resultados organizacionais de uma forma geral.

Conheça, abaixo, os benefícios práticos que o uso dessa ferramenta de gestão é capaz de proporcionar:

Viu só? Há muitos motivos pelos quais as empresas devem dedicar tempo na construção de um bom planejamento estratégico!

Agora que esse ponto está claro, já podemos conversar sobre como isso deve ser feito.

Os 8 Cs do planejamento estratégico

Antes de apresentarmos o passo a passo do planejamento estratégico, há algo que você ainda precisa saber: há oito valores considerados essenciais para o sucesso dessa ferramenta.

São eles:

  1. Conhecimento: todas as pessoas envolvidas devem saber a importância do planejamento estratégico, incluindo os métodos e ferramentas adotados ao longo dele;
  2. Confiança: se refere à crença no potencial da equipe e no poder de transformação que o planejamento estratégico proporciona;
  3. Controle: acompanhar sistematicamente o andamento dos planos é uma das premissas mais importantes da jornada;
  4. Colaboração: envolve o esforço empregado para ajudar os colaboradores a entenderem a importância do plano e a superarem qualquer adversidade que surja no cumprimento dele;
  5. Coragem: é necessária para que a cultura do planejamento estratégico realmente seja inserida na organização;
  6. Competência: colocar os planos de ação em prática com qualidade, dentro do prazo estabelecido, demanda o desenvolvimento dessa característica;
  7. Comunicação: se faz presente em todo o processo. Afinal, comunicar as estratégias é essencial para que os envolvidos se mantenham atualizados sobre a evolução delas;
  8. Comprometimento: por fim, o engajamento com os propósitos estabelecidos no planejamento estratégico é um elemento-chave para que tudo se cumpra conforme o esperado.

7 passos para colocar em prática

Agora sim, chegamos ao momento mais aguardado do artigo: entender melhor por onde começar seu planejamento estratégico e como ele pode guiar sua empresa ao tão sonhado sucesso.

Na sequência, separamos sete etapas que não podem ficar de fora. Acompanhe!

1. Declaração de valores, missão e visão

Primeiro, vamos explicar o que são cada um desses itens, ok? Por mais que muitos já saibam, nunca é demais relembrar. 

Esses três elementos, juntos, compõem a identidade organizacional da sua empresa. Portanto, não há para onde correr: é a partir da definição deles que o planejamento estratégico deve começar.  

Construir uma identidade organizacional sólida e que realmente faça sentido ajudará a disseminar essa cultura entre todos os colaboradores. Além disso, ela possui um forte poder na decisão de compra dos consumidores.

E para ser bem sucedido nesta frente, anote duas dicas que farão a diferença:

  1. Mergulhe fundo no seu negócio para entender os interesses da sua empresa e os padrões comportamentais do seu consumidor;
  2. Pesquise sobre Design Thinking! Esse é um método que pode te ajudar bastante, já que permite entender melhor qual é o contexto da empresa, analisá-lo, gerar ideias e testá-las. 

2. Análise do ambiente externo

Para que seu planejamento estratégico funcione e faça sentido, você precisa estar alinhado ao que está acontecendo ao seu redor, quais são os movimentos do mercado e dos consumidores.

Dessa forma, é preciso fazer uma análise constante das oportunidades e ameaças que permeiam o seu negócio. 

Todas as empresas são impactadas de forma constante por duas forças: 

  1. Oportunidades de forma positiva;
  2. Ameaças de forma negativa.

Qual a melhor forma de aproveitar as oportunidades e afastar as ameaças do ambiente externo? A resposta está no próximo item. Confira!

3. Análise do ambiente interno 

Lembra que falamos da sua identidade organizacional e sobre como ela precisava ser sólida? Eis o por que: é ela que será a base para um ambiente interno capaz de resistir às fraquezas da sua empresa. 

A força da sua organização está diretamente ligada ao ambiente interno. Ela representa seus pontos fortes e como você lida com os impactos. Uma dica? Adaptabilidade, flexibilidade, resiliência e agilidade. 

E para onde esses fatores vão nos levar? Velocidade no aprendizado e na tomada de decisão. Para sobreviver, é preciso desenvolver a habilidade de se adaptar rápida e eficientemente a todas as formas de mudanças. 

4. Análise da situação atual

Agora que você já entendeu como estão os ambientes externo e interno, é hora de entender a situação atual da sua empresa, com seus recursos e dificuldades.

Veja: aqui existe uma diferença importante entre o ambiente e a situação atual. O ambiente externo é composto pelas forças e fraquezas. E essas não necessariamente têm a ver com a situação atual.

A situação atual muda de acordo com uma série de variáveis. E são essas variáveis que você vai avaliar através dos dados. Sim, porque eles não mentem. 

É nesse momento, também, que são estabelecidos os famosos KPIs (ou indicadores de desempenho). 

Reunindo dados e KPIs, você terá um panorama dos resultados da sua empresa. Eles são os indicadores centrais de que suas ações estão sendo bem (ou mal) sucedidas. 

5. Definição de metas e objetivos

É nessa etapa que você definirá aonde sua empresa quer chegar. É claro que o céu é o limite, mas vamos por partes, ok?

Traçar metas e objetivos reais e alcançáveis é fundamental para não frustrar expectativas.

Para isso, pense em seguir o padrão SMART. Ele aponta que todas as metas e objetivos devem ser:

Neste ponto, temos que destacar algo muito importante sobre planejamentos estratégicos: eles fazem parte de um processo infinito. Cada planejamento é único e faz parte de um ciclo de metas e objetivos. 

Atingiu a meta e o objetivo? O planejamento é zerado e é a hora de reiniciar o ciclo. Sim, é preciso refazer todo o processo para criar novos objetivos e planos de negócio para o período subsequente. 

6. Definição da estratégia

A rota está traçada, agora é hora de definir a estratégia para alcançar as metas e os objetivos. Lembre-se: sem uma estratégia bem definida e possível de ser seguida, não se chega muito longe. 

Mas você pode estar se perguntando: como vou saber se defini uma boa estratégia? Calma! O especialista em gestão, Michael Porter, vai ajudar. Segundo ele, existem três estratégias básicas que podem ser seguidas:

  1. Diferenciação: para que seu negócio se destaque entre os concorrentes, ele precisa ter um diferencial claro. Isso significa que seus produtos ou serviços devem ser exclusivos, de qualidade única e incomparável. 
  2. Liderança de Baixo Custo: aqui a regra é simples: ganhar o mercado oferecendo preço mais baixo que os seus concorrentes. 
  3. Foco: a ideia é conquistar um segmento específico do mercado. Como? Atendendo demandas que ainda não foram plenamente realizadas..

Veja: uma boa estratégia pode ser o diferencial competitivo da sua empresa. Porém, é importante lembrar-se de estabelecê-la levando em consideração sua identidade organizacional e o público-alvo.

Caso contrário, ela dificilmente funcionará por muito tempo.

7. Feedback e controle

Pense: de que adianta passar por todas as etapas acima, fazer um planejamento estratégico de dar inveja e não monitorar o que está sendo colocado em prática? 

Para saber se tudo está evoluindo corretamente conforme planejado é preciso fazer feedbacks e controles constantemente. 

É isso que vai possibilitar a melhoria contínua e o alcance de resultados ainda mais expressivos, que geram cada vez mais valor para o seu negócio. 

Principais erros cometidos no planejamento estratégico

Mais do que saber o que fazer, é importante que você também entenda quais são as ações capazes de comprometer o sucesso do seu planejamento estratégico. 

Por isso, antes de finalizar, gostaríamos de destacar alguns pontos de atenção para manter no radar.

Entre os erros cometidos com mais frequência pelas empresas na hora de colocar esse conceito em prática, destacam-se:

Esperamos que as informações apresentadas até aqui te ajudem a tirar o planejamento estratégico da sua empresa do papel e a alcançar resultados ainda mais exponenciais.

E se você quiser a ajuda da MJV para montar o seu plano de ação, é só entrar em contato aqui.

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