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Open health: o que é, vantagens e como impactará as seguradoras

O Open Health tem ganhado destaque nas discussões do mercado segurador. Conheça todos os detalhes do tema a seguir!


Desde o início de 2022, o projeto do Open Health tem ganhado destaque nas discussões do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

A iniciativa que prevê a criação de uma plataforma de dados em saúde tem o objetivo de estimular a concorrência e promover mais qualidade no acesso à contratação de planos de saúde aos mais de 49 milhões de beneficiários do país.  

Para entender o potencial que isso tem de revolucionar os serviços de saúde e impactar sua vida, veja, a seguir, as informações mais importantes sobre o assunto. 

O que é Open Health?

O Open Health (ou saúde aberta, em tradução livre) é um movimento que busca promover a abertura e a transparência no setor de saúde, incentivando a colaboração e a troca de informações entre diferentes organizações e indivíduos. 

O conceito também está relacionado ao Projeto de Lei 3.814/2020, que tem a finalidade de criar uma plataforma digital com os dados dos pacientes organizados de forma unificada.

Como funciona?

O compartilhamento dos dados no Open Health deve acontecer a partir do consentimento do usuário. 

Na prática, a ideia é que o acesso aberto das informações estejam disponíveis para os pacientes, hospitais, pesquisadores, seguradoras, dentre outras partes interessadas. 

A finalidade é melhorar a qualidade e a eficiência dos cuidados de saúde, considerando tanto o ponto de vista do desenvolvimento de novos tratamentos e curas para doenças quanto a autonomia dos pacientes para simplificar e facilitar a contratação de serviços privados. 

Open Health no Brasil

Open Health no Brasil é uma iniciativa que teve como inspiração o Open Banking – modelo de negócio lançado pelo Banco Central para o mercado financeiro em 2021.

De acordo com o Ministério da Saúde, a implementação do sistema é uma questão de tempo, coragem e decisão. É assim que foi tratado o tema no primeiro pronunciamento do governo. 

Além dos inúmeros benefícios que pode trazer para os usuários do sistema, desde o início, foi destacado o estímulo à concorrência no mercado de planos de saúde. 

A crença é que a proposta possa favorecer a competitividade no setor privado, seguindo o exemplo do que aconteceu com o Open Banking/Finance, que reduziu em 16% a concentração empresarial no setor bancário. 

Quais são os benefícios do Open Health?

Ter um modelo aberto de compartilhamento de dados de saúde permite que as instituições e os pacientes tenham uma experiência mais agradável e tranquila em todas as etapas de atendimento. 

A seguir, veja o que muda para o sistema de saúde como um todo. 

1. Aumento da competitividade 

Um dos principais impactos dos dados da saúde aberta é o aumento da concorrência entre as instituições que prestam serviço na área.

Isso porque uma das tendências do movimento é a contribuição para a redução dos custos da medicina privada.

Com isso, fica mais fácil a entrada de novos negócios no mercado, estimulando também a prática de preços mais acessíveis. 

2. Novas ofertas de serviços

O acesso aos dados também é uma vantagem para melhorar as análises e entendimento das necessidades e expectativas dos usuários e das instituições do sistema de saúde. 

Com essas informações, é possível direcionar melhor a oferta de serviços, pensando em necessidades específicas e, inclusive, expandindo o acesso às novidades. 

3. Mais autonomia e controle para os pacientes

Tendo o controle sobre sua saúde, os pacientes ganham mais independência para fazer escolhas e planejar seus cuidados de rotina. 

Isso gera inúmeros benefícios, como aumento da confiança no diagnóstico médico, escolha para os tratamentos ou instituições que se encaixam melhor no perfil, fim das perdas de resultados de exames e histórico médico acessível em qualquer dia e horário. 

4. Atendimento ágil e personalizado 

Problemas com atrasos, filas, falhas na comunicação, entre outros podem acabar ou serem reduzidos drasticamente.

O compartilhamento automatizado das informações do paciente, seja na entrada de um novo plano de saúde ou num consultório médico, permite um atendimento humanizado e de qualidade. 

Quais são os desafios da implementação? 

Para implementação do Open Health no Brasil, é necessário que algumas discussões avancem e haja uma mobilização da sociedade para gerar o apoio e a conscientização do novo sistema. 

Abaixo, reunimos as questões mais importantes em análise no setor.  

  • Segurança dos dados

Garantir que os dados de saúde, considerados pessoais e confidenciais, sejam acessados apenas por pessoas autorizadas é ainda uma preocupação.  

Para superar esse obstáculo, estratégias de segurança com a tecnologia blockchain têm sido discutidas. 

Ela permite que as informações sejam invioláveis, e também é um mecanismo contra as ameaças ao sistema, como os ataques cibernéticos. 

Além disso, a LGPD também é uma saída para aumentar a proteção. Ela não proíbe o compartilhamento de dados de saúde, mas o usuário precisa dar o consentimento. 

  • Risco de condutas discriminatórias 

Com o acesso ao histórico de saúde dos pacientes, existe o risco das operadoras dos planos de saúde rejeitarem ou complicarem as contratações de alguns clientes com condições pré-existentes. 

Nessas situações, vale lembrar que isso é uma prática abusiva e condenada pelo Art. 39 do Código de Defesa do Consumidor.

  • Interoperabilidade

A interoperabilidade é a capacidade de todos os sistemas e organizações trabalharem em conjunto, de forma que haja uma troca eficiente das informações. 

Essa característica é essencial para implementação da saúde aberta, porém é difícil garantir que isso aconteça em um prazo curto, considerando que o mercado não funciona assim atualmente. 

  • Conscientização do público 

Normalmente, a saúde é tratada como um assunto privado, e as pessoas não são tão propícias a compartilharem seus dados, mesmo que seja com as organizações e profissionais. 

Com isso, existe uma barreira para promover a participação massiva dos pacientes. 

E não depende somente do interesse da comunidade, mas também do apoio e da adesão de todas as partes relacionadas: governo, instituições, provedores, entre outros. 

Como o Open Health impactará as seguradoras?

A expectativa é de que o Open Health aumente a competitividade e impacte positivamente a qualidade e eficiência dos serviços prestados pelas seguradoras. 

A troca de informações de forma eficiente e segura visa melhorar a qualidade dos diagnósticos e aperfeiçoar os tratamentos oferecidos, que poderão ser mais direcionados para atender necessidades específicas.

Também vale destacar a oportunidade de redução de custos de saúde desnecessários e, ao mesmo tempo, a necessidade de se preparar para as adaptações que passarão a ser exigidas com o novo sistema.

Para ficar por dentro dessa e outras inovações que podem te ajudar a se destacar no setor, acesse o guia prático Ferramentas e abordagens para melhorar a experiência do segurado.

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