FMCG: que tecnologias promovem as maiores revoluções no setor
Preparamos esse post para falar sobre os maiores desafios das indústrias do Varejo e das Fast-Moving Consumer Goods e como a tecnologia tem potencial para solucionar esses complexos desafios.
A transição é digital.
Antes de seguirmos nosso post, vamos afirmar o seguinte: os dados superaram definitivamente o petróleo e são o ativo mais valioso do mundo.
A gente sabe que não tem muita novidade nessa assertiva, mas é um ótimo fio condutor para o que vamos falar aqui. Logo aí embaixo, vamos explicar rapidinho como o petróleo perdeu o posto.
Segundo a Revista Forbes e a Brand Finance, essas eram as empresas mais valiosas do mundo em:
2010
- Exxon mobil (petróleo e gás)
- Apple (tecnologia)
- Berkshire Hathaway (investimento)
- General Electric (variados)
- Wallmart (varejo)
2019
- Apple (tecnologia)
- Google (tecnologia)
- Microsoft (tecnologia)
- Amazon (varejo)
- Facebook (mídia)
2020
- Amazon (varejo)
- Google (tecnologia)
- Apple (tecnologia)
- Microsoft (tecnologia)
- Samsung (tecnologia)
Note: em apenas 9 anos, as empresas de tecnologia desbancaram os demais setores.
Não há dúvida, em pouco tempo todas as empresas serão orientadas a dados – algumas já estão nessa jornada – e isso não é diferente quando falamos das Fast-Moving Consumer Goods (FMCG).
Os impactos da pandemia, o largo avanço tecnológico, as questões ambientais somados às mudanças no comportamento do consumidor são drivers que apontam para a urgência da transformação digital nas FMCGs.
Esperamos que esse conteúdo colabore com direcionamentos para o Planejamento Estratégico do seu negócio em 2021.
Os pain points do Varejo e das FMCGs
Antes de falar das tecnologias em si, vamos trazer um panorama do que está acontecendo – e também para acontecer – com esse mercado, o que mudou e quais os desafios mais latentes.
Com o desenho desse cenário ficará mais fácil entender em que tecnologias investir.
O segmento das Fast-Moving Consumer Goods sempre foi B2B. Sua logística conta muito com o pequeno varejista, por isso é bem pulverizado. Grande parte da sua produção é vendida por minimercados, padarias e restaurantes. Dessa forma, a logística das empresas depende bastante de outros negócios para a venda.
A pandemia gerou uma série de impactos econômicos nesses pequenos negócios. É justo aí mora uma incerteza capaz de assombrar um bocado o mercado:
- Será que essa imensa carteira de pequenos varejistas volta com musculatura para sustentar esse modelo de negócio?
- Será que eles vão falir?
Nasce a preocupação do segmento de FMCG em ajudar o pequeno varejista. Por outro lado, torna-se mais latente a urgência em promover a digitalização de alguma forma e explorar outras frentes de negócios para escoar a produção.
Há também um caminho em tornar-se um negócio B2C – vendendo também diretamente para o usuário final.
É preciso levar em consideração a estrutura que o setor teve até agora – por ser B2B, é muito grande e muito pesada. Como seria a jornada de entrega de pequenos pedidos – uma latinha ou 1 litro de refrigerante – diretamente para o cliente?
Hoje, dentro da estrutura vigente (B2B), entregar pedidos pequenos é muito caro. Eles não contam com jornadas pensadas para o usuário final. Tudo gira em torno desse ecossistema de pequenos varejistas.
Temos 4 grandes desafios do mercado aqui:
B2C
Há oportunidades enormes por trás desse olhar para o desenvolvimento last mile. Até porque, hoje, não há nada estruturado para a demanda. É necessário criar esse nova rede e cadeia logística last mile quase do zero.
A pergunta que fica é: o que muda (deve mudar) dentro do setor é a abertura dessa frente last mile?
É importante lembrar que, mesmo para empresas de grande porte, há uma série de obstáculos até que isso seja implementado e faça parte da natureza do negócio.
Fábricas Inteligentes
Quando o assunto são as fábricas, há uma urgência pela indústria 4.0. Não há dúvidas que as fábricas inteligentes possibilitam uma enorme redução de custos aliada, ainda, a ascensão da eficiência.
Mas é preciso notar que estamos falando de um segmento que conta com enormes plantas fabris. Antes de embarcar nesse caminho sem volta, é necessário aculturar esse modelo sem contato humano.
Uma dica importante: com certeza, um bom início é a automação dos processo mais simples que geram menos riscos à produção.
Consumidor
O consumidor está mudando – bastante – seus hábitos de consumo, as prioridades na hora de decidir uma compra, a forma com que se relaciona com marcas e causas.
Outro desafio, ainda no âmbito dos novos padrões de comportamento dos usuários, é o crescimento da ingestão – e da escolha – de alimentos mais naturais.
Novas equações aparecem carregando pontos como sustentabilidade, preço, qualidade, propósito e verdade.
Mergulhar nas águas profundas do comportamento do consumidor é o início dessa jornada. O divisor de águas aqui mora na importância de saber, antes mesmo do que o próprio usuário, o que ele vai querer, o que vai procurar, precisar, gostar e digitar.
Essa é uma reflexão mais do que necessária, pode anotar:
como pensar nessa demanda de personalização sem esquecer da margem, do modelo fabril e da escala?
É preciso pensar em produtos e serviços para outros nichos – pequenos clusters e pequenos mercados -, mas sem deixar de lado os objetivos de negócio.
Vale lembrar que muitos projetos morrem por conta dessa falta de alinhamento com uma das pontas (usuário-negócio). As soluções até nascem com potencial, mas não levam em conta a própria natureza do negócio – modelo fabril em larga escala.
O resultado, nesses casos, são margens de lucro muito baixas. O investimento em planta de fábrica para sustentar o novo produto é muito alto para o retorno.
A esteira de inovação acaba não gerando resultados muito satisfatórios. O valor para a companhia da inovação não está alinhado, não faz sentido.
Home office
O trabalho remoto também prejudicou bastante o setor. Grande parte dos lucros vem dos single servers (pacotes unitários).
Note que quando o usuário não está em casa, ele consome esses pacotes unitários. Porém, no modelo remoto, o consumidor passa a escolher os pacotes família.
Por mais que o consumo dentro de casa tenha aumentado, a margem de lucro acaba sendo menor. Esse é mais um desafio que pinta no setor.
Disrupção de mercado: os motores das mudanças
Migração
A adoção da gestão de trabalho remota cria possibilidades para o êxodo das cidades. E esse comportamento gera desdobramentos para uma produção própria de alimentos.
Impressora 3D
As impressoras 3D prometem, já nos próximos anos, imprimir mais de 30 materiais diferentes – inclusive comida.
Entender o que o consumidor vai escolher comprar pronto no mercado, o que irá produzir em casa e o que ele vai preferir imprimir é o passo 1 para se alinhar ao potencial de mudanças que a impressora 3D carrega em si.
Comida
O desenvolvimento de comida em laboratório, como é o caso da proteína (vegetal e animal), está cada vez mais próximo da vida dos usuários.
Há um cenário que começa a se mostrar:
Hoje, o gado é caro e a produção de proteína animal gera bastante poluição.
Dessa forma, a alimentação mais sustentável ganha força. A diminuição do consumo de carne de animais – por conta até da facilitação de pandemias – ganha cada vez mais adeptos e faz cada vez mais sentido.
Calma! Nem tudo está perdido. Apresentamos os pain points. Agora, vamos às tecnologias que podem colaborar com a solução desses desafios.
A transformação é digital: invista em tecnologia
Uma nova economia já está entre nós! Já dá até para sentir o cheiro. É lógico que ainda não está pronta, nem rodando em plena capacidade. Mas já está aqui, desenhando o futuro.
Esse futuro que aporta é, sem sombra de dúvida, digital. Na verdade, 100% digital. A pandemia só nos fez experimentá-lo mais cedo. Não há como fugir da Transformação Digital.
Indústria 4.0
É o fenômeno da adoção de ferramentas, recursos e serviços tecnológicos inovadores para otimizar a gestão dos mais variados aspectos industriais.
Isso nada mais é do que a automatização de aparelhos, dispositivos, máquinas, processos ou sistemas, criando a possibilidade de migrar esses colaboradores para tarefas mais estratégicas.
Aposte nesse processo, se tem como objetivo:
- Incrementar a agilidade dos seus processos de negócios.
- Melhorar a experiência do cliente.
- Mudar o escopo dos funcionários, torná-los menos operacionais e mais estratégicos, gerando mais satisfação e resultados.
- Redução de custos.
- Obter dados dos processos fabris, produzindo mais insights e tomadas de decisões mais analíticas.
- Uma gestão orientada a dados.
- Potencializar a margem de lucro – produzir mais, com mais velocidade, em menos tempo e com custos menores.
Big Data
Quando falamos em Big Data, estamos nos referindo à geração exponencial de dados, bem como o processamento e o compartilhamento extremo dessas informações — em quantidade e velocidade.
Não é exagero dizer que podemos comparar dados com petróleo. Aliás, com a derrocada do recurso não-renovável e a evolução exponencial da produção de dados e da tecnologia, nós apostamos que o jogo vai virar em breve.
Invista em uma estratégia de Big Data, se quer:
- Conhecer melhor seus clientes.
- Dimensionar o que eles dizem, pensam e sentem.
- Criar produtos e serviços mais aderentes.
- Tomar decisões com mais agilidade e eficiência.
- Orientar seu negócio a dados.
Gêmeos digitais
Os Digital Twins são representações digitais de ecossistemas físicos. Mais especificamente, são ativos virtuais de produtos, processos e operações industriais. Simulações que redesenham linhas inteiras de produção em minutos, levando a tomada de decisão a outro patamar.
Para entender o que há por trás desses irmãos, listamos quatro aplicações:
- Analisar e simular condições do mundo real
- Responder às mudanças
- Melhorar operações
- Tornar as tomadas de decisões mais eficientes
Vale considerar a tecnologia, se precisa de resultados como:
- Redução de custos
- Previsibilidade dos ganhos
- Mitigação de erros
- Soluções inovadoras
- Cultura de teste
- Governança de Dados
Blockchain
Ao escutar a palavra Blockchain, muitas vezes parece que estamos falando unicamente sobre as famosas bitcoins. Mas ele está muito longe de ser só isso.
A tecnologia é uma solução potente para o setor. Ainda mais quando o assunto é exportação. A partir do Blockchain é possível promover a rastreabilidade dos alimentos.
A transparência da informação nunca foi tão relevante – e isso tem a ver com um Meaningful FMCG. Mas, veja, não estamos falando apenas da LGPD e da GDPR. Aqui a questão é a como esses alimentos são produzidos.
O Blockchain é capaz de rastrear a origem e o destino de cada alimento que vai para a prateleira, passando por todos os elos da cadeia de suprimento – da produção até o usuário final.
Data Science
É um fato: dados e Ciência de Dados vão permear o futuro. Ainda mais agora, com os impactos da pandemia. Nesse contexto, estamos aumentando ainda mais a produção desses dados. E isso é notório para todos.
Nesse processo de transição que vivemos, em que o novo ainda não está pronto e o velho não funciona mais, trazemos um pequeno spoiler: há muitas oportunidades além do core business. Essa é uma boa hora para olhar isso. E a Ciência de Dados vai ajudar bastante.
Data Science é a tecnologia que você precisa, se está buscando solução para:
- Processar, armazenar e a visualizar dados.
- Entender a dimensão dos dados do seu negócio: modelando e resumindo grandes conjuntos de dados.
- Criar insights mais alinhados.
- Entender a realidade que nos cerca.
- Automatizar processo, otimizando e acelerando análises.
- Criar sistemas mais inteligentes e com menos falhas.