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Como selecionar os participantes do seu Hackathon

Selecionar bem as pessoas que participarão do Hackathon empresarial é algo que não deve ser negligenciado. É relevante ampliar o perfil das equipes para garantir uma cocriação rica de visões e habilidades.


Nesse post detalharemos algumas questões a serem observadas, tais como a delimitação do perfil dos convidados a partir dos objetivos pré-definidos, e como fazer o convite e a pré-seleção para obter o máximo rendimento no seu evento. 

Que essa leitura ajude você na missão de realizar uma maratona de programação a altura dos seus objetivos!

Perfil multidisciplinar

Pessoas com perfis semelhantes, que estão cursando a mesma faculdade, que trabalham dentro da mesma área profissional, ou que são funcionários em um mesma empresa por exemplo, tendem a pensar de forma semelhante. 

As soluções imaginadas por uma equipe monodisciplinar permeiam a abrangência de conhecimento daquelas pessoas. Sendo assim, em um desafio abrangente que busca soluções para sustentabilidade aplicada à construção civil, uma equipe de arquitetos e engenheiros pensará bem em soluções de arquitetura, mas não necessariamente pensariam nas problemáticas de marketing que fazem parte da viabilização do negócio.

Desafios abrangentes são melhores resolvidos por equipes multidisciplinares.

Por outro lado, em um segundo exemplo, para um desafio que busca identificar soluções inovadoras para um problema de criptografia para a internet, equipes formadas por desenvolvedores de software, profissionais de infraestrutura e matemáticos, pessoas com perfis complementares, mas semelhantes, poderão atingir bons resultados.

Isso nos leva a um segundo ponto a ser avaliado no momento de selecionar as pessoas certas:

Objetivos

Vale salientar que os Hackathons nasceram com objetivo de encontrar soluções para um problema complexo de programação. Com a disseminação do tema, o cunho estritamente técnico de programação exploratória no fim dos anos 90 mudou e esse tipo de evento se espalhou pelo mundo e explodiu em diversas vertentes.

Atualmente, existem múltiplos objetivos que podem ser atingidos através da organização de um Hackathon.  Alguns deles são:

Desenvolvimento de um tipo especifico de aplicativo:

Algumas maratonas são idealizadas para que no fim tenham gerado produtos relacionados a uma aplicação. Por exemplo, softwares médicos, musicais, de engenharia ou educação.

Quem convidar: Profissionais da área podem ajudar com visões específicas nesses tipos de Hackathons, mas não se limite a eles. Tenha em mente que pessoas com experiências em outras áreas podem trazer visões de soluções aplicadas em outras indústrias que podem ser adaptadas para a sua realidade.

Para resolver um problema de programação:

Os problemas de programação que são de solução desconhecida, demorada ou cara demais, muitas vezes demandam um reposicionamento antes de definir a solução. Na maioria das vezes a experiência do profissional que se propõe a resolvê-los é determinante no desenho de soluções incrivelmente simples, especialmente para problemas demasiadamente complexos.

Já há muitos anos a metodologia de desenvolvimento ágil XP adota o Peer Programming como uma estratégia para aumentar a qualidade do software, onde dois programadores trabalham juntos sob um mesmo algoritmo, lado-a-lado. De forma geral, duas (ou mais) cabeças pensam melhor do que uma. 

Quem convidar: Desenvolvedores e profissionais da área, como analistas de banco de dados e profissionais com conhecimento específico no problema a ser resolvido, como por exemplo especialistas em criptografia, se o problema for relacionado a isso.

Hackathons internos:

Organizados por empresas, contam com a participação de seus funcionários, muitas vezes da área de engenharia, para promover a inovação em seus produtos.

Quem convidar: uma boa estratégia é utilizar os Hackathons como quebra do ritmo diário e introduzir um momento em que todos ali estão pensando em inovação. Se seu objetivo é disseminar a cultura de inovação, procure convidar pessoas influenciadoras, que já conhecem ou se identificam pelo assunto.

No entanto, o conhecimento específico dos participantes não deve ser esquecido. Cuidado para não ‘enfraquecer’ a equipe em nome da disseminação da cultura. Voltaremos ao assunto Hackathons Internos mais adiante em outros posts do blog.

Para promover encontros de colaboradores virtuais:

Em alguns casos, integrantes de uma rede de colaboração aberta têm os objetivos de: evoluir uma determinada parte de um código-fonte mantido pela rede; e também de se encontrarem e se conhecerem pessoalmente. 

Educacionais:

Com o objetivo de introduzir novos desenvolvedores aos conceitos relacionados à programação, esse formato conta com estudantes da área e promovem networking e um ambiente propício para acelerar a curva de aprendizado.

Para resolver um problema de negócio específico:

Uma ideia ou um conceito de negócio podem assumir diferentes formatos de implementação. Contar com a força dos Hackathons para desenvolver diferentes protótipos, não só de produtos, mas de modelos de negócio, também é um caminho. Os modelos de negócio não nascem prontos. Será necessário um empenho adicional de vários meses ou até anos para transformar as ideias nascentes em negócios de sucesso. 

Não há garantias, porém as diferentes visões produzidas durante o evento trarão diferentes opções e a melhor pode ser selecionada. Falaremos de seleção de ideias em uma outra postagem. Nesses casos, a seleção de pessoas com perfis diversos é crucial.

Designers, desenvolvedores de negócio, desenvolvedores de software, especialistas na área serão muito bem vindos. A diversidade de perfis deve ser observada em cada uma das equipes. Se as equipes forem muito jovens, um apoio de mentoria forte para direcionar o trabalho para que tenha tração de negócio é fundamental.

Quem convidar: Procure convidar pessoas com perfis o mais complementares possíveis. Minimamente, sugerimos sempre a participação de: “makers de tecnologia” (programadores de software, Arduino e afins, carinhosamente apelidados nos nossos Hackathons de Macgyvers); designers (UX, de produto, etc); desenvolvedores de negócio.

Para identificar novas oportunidades de negócio:

Muito semelhante ao objetivo discutido anteriormente, a diferença aqui é que o tema é mais amplo, com objetivo de identificar ideais de negócio a serem desenvolvidas por cima de um conceito.

Quem convidar: O mesmo descrito anteriormente.

Pré-seleção: como fazer

Os convites enviados de uma forma ampla, pública, não pessoal, irão atrair interessados que possivelmente não contribuiriam de forma significativa para os resultados específicos do evento. 

Mesmo que todas as pessoas motivadas contribuam de alguma forma, exitem algumas mais preparadas que outras, seja pelo tempo de experiência, seja por uma caraterística ou conhecimento específico.

Realize esse ‘corte’ com base na quantidade de pessoas que seu evento irá suportar, ou seja, quanto menos pessoas, mais focados devem ser seus critérios de seleção.

Uma ótima forma de realizar a pré-seleção é através da análise do perfil dos interessados. Uma landing-page que captura informações de cadastro é uma ferramenta de apoio bastante interessante. Outras dicas:

– Procure realizar a pré-seleção com o foco nos objetivos definidos e na diversidade desejada para a equipe. Planeje bem as perguntas que estarão presentes na landing de forma a permitirem uma visão mais clara possível sobre o perfil dos inscritos.

– Considere requisitar dos interessados a produção de videos simples ou envio de arquivos de audio onde eles descrevam seu perfil, sua experiência, suas ideias, seus interesses. Fotos de realizações anteriores também podem ajudar.

– Realize a pré-seleção com uma certa antecedência ao evento para que as pessoas possam receber um convite especial de participação e se prepararem. Não esqueça de pedir confirmação para minimizar as chances de que no dia você tenha que lidar com muitas faltas.

– De forma geral, leve em consideração que aproximadamente 25% das pessoas irá faltar. Quanto antes você descobrir quem faltará, maior serão as suas chances de conseguir colocar outros convidados no lugar e diminuir o percentual de ausência.

Planejamento é essencial

Uma boa pré-seleção é apenas uma parte de um bom planejamento. Aqui no nosso blog você ainda verá todos os preparativos que compõem uma maratona de programação de sucesso.

Afinal, esses textos fazem parte do nosso livro que está saindo do forno. Em breve você terá acesso ao conteúdo completo sobre a organização de um evento desses. Esperamos te ajudar nessa jornada de promover inovação proativa e mão na massa. Conte com a gente para expandir essa cultura!

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