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Biotecnologia na agricultura e seus impactos para o agronegócio

A biotecnologia na agricultura será determinante para o futuro da humanidade. Ela permitirá a descoberta de soluções sustentáveis e seguras para a produção agrícola. Confira suas possibilidades!


Muito longe de ser algo recente, mas, com certeza, imprescindível para o futuro da humanidade, a biotecnologia na agricultura tem permitido a descoberta de soluções mais sustentáveis e seguras para o desenvolvimento da produção agrícola.

Um exemplo disso é o comércio de sementes de soja no Brasil, que cresceu 40% em 2021, atingindo o faturamento de R$ 15,5 bilhões, de acordo com levantamento.

Para entender mais os impactos da biotecnologia na agricultura, confira agora os principais conceitos sobre o assunto, os benefícios e as novidades da área.  

O que é biotecnologia?

Como o nome sugere, biotecnologia é a união da biologia com a tecnologia. Na prática, estuda maneiras de utilizar sistemas biológicos ou organismos vivos para desenvolver novos produtos ou processos.

Quando afirmamos que a biotecnologia não é algo recente é porque, desde a antiguidade, ela está presente na rotina da humanidade. 

Por exemplo, na produção de pães, vinhos, queijos e cervejas é utilizado microrganismos nos processos de fermentação.

Ao longo dos anos, a técnica foi aprimorada e ganhou espaço em diversas áreas, como farmácia, medicina e agricultura. 

Mais recentemente, um marco para a área foi a descoberta da manipulação do material genético dos organismos, o DNA.

Você pode se interessar por: Agricultura de precisão: o que é e como aplicar na prática.

Papel da biotecnologia na agricultura

Trazendo para a agricultura, a biotecnologia se destaca por tornar a produção mais eficaz. Isso porque a possibilidade de manipular os genes de interesse nos plantios abre uma infinidade de oportunidades.

Nesse caso, o agronegócio encontra as condições desejáveis para um cultivo mais produtivo. Uma necessidade que é analisada por diversos estudos populacionais. 

De acordo com as mais recentes projeções das Nações Unidas (ONU), a população mundial deve chegar a 8,5 bilhões em 2030 e a 9,7 bilhões em 2050.

Com esse crescimento de consumidores, é essencial que a produção de alimentos no mundo aumente e, ao mesmo tempo, haja uma diminuição de perdas.

Leia também: Segurança alimentar: entenda o que é e a sua importância.

Benefícios de utilizar a biotecnologia  

A biotecnologia na agricultura é uma aliada para aumentar a produtividade das colheitas, reduzir custos e perdas. 

Dessa forma, é possível aproveitar várias vantagens, tanto para o presente quanto para o futuro, entre elas:

  • Melhorar a oferta de alimentos;
  • Desenvolver plantas mais tolerantes, seja a herbicidas, mudanças climáticas ou ambientais;
  • Diminuir a emissão de gases poluentes e a poluição do solo;
  • Reduzir a taxa de infecções e desenvolver culturas mais resistentes às doenças. 

5 aplicações da biotecnologia no campo 

Hoje, o uso da biotecnologia na agricultura, seja para o desenvolvimento humano ou preservação ambiental, já atende as mais variadas necessidades. 

A seguir, citamos alguns exemplos das conquistas que vêm sendo alcançadas.  

1. Agro-vacinas

Novas vacinas para prevenção de doenças estão sendo descobertas por meio de culturas geneticamente modificadas, vindas de frutas, grãos e vegetais, entre outros.

Esses alimentos são cultivados com as proteínas necessárias para desencadear respostas imunológicas desejáveis no corpo humano. 

Um exemplo é um estudo da Universidade de Stanford, que criou uma vacina contra o câncer a partir da planta do tabaco.

2. Suplementos nutricionais

A criação de alimentos geneticamente modificados com nutrientes selecionados, os conhecidos transgênicos, também pode contribuir para o combate às doenças, além da fome no mundo.

Muitos desses produtos já estão ocupando as prateleiras do mercado e se tornando cada vez mais comuns no cotidiano da população. 

Alguns exemplos são: milho, soja, queijo e arroz.

Esse último tem uma variante famosa e já testada e usada para o consumo humano. É o Golden Rice (arroz dourado). Ela é mais resistente a insetos e mais nutritiva, sobretudo em vitamina A.

3. Resistência às pragas 

Falando em resistência a insetos, os cientistas também descobriram uma forma de combatê-los. Para isso, a proteína Bt (Bacillus thuringiensis) é pulverizada em plantações.

Elas são prejudiciais somente às pragas, porém seguras para o meio ambiente e humanos. Hoje, os exemplos de culturas beneficiadas são: soja Bt, milho Bt, algodão Bt e cana Bt.

4. Tolerância às condições adversas

Frio, salinidade, seca e tantas outras condições desfavoráveis podem ser contornadas com as técnicas certas. Dessa forma, a produção aumenta em climas e terras não cultiváveis.

Uma das adaptações de cultivo praticadas hoje é a introdução de plantas em ambientes de alta salinidade. 

Nesse caso, os pesquisadores estudam o que pode ser feito para tirar a sensibilidade das culturas nesses locais impróprios.

Se pensar em mudanças climáticas, algumas soluções recentes para tolerância à seca já foram encontradas. 

Por exemplo, uma variedade geneticamente modificada de milho que é capaz de sobreviver a 52 dias sem água foi desenvolvida na Universidade de Talca no Chile. Os novos genes mantêm 80% da produção em condições de seca extrema. 

5. Culturas resistentes aos herbicidas 

Além das pragas e condições adversas, outro possível obstáculo para o campo era os defensivos agrícolas. 

No passado, os agricultores sofreram com perdas significativas, simplesmente por causa da necessidade de tratar plantas daninhas.

Desde o início dos anos 1990 até hoje, esse problema vem sendo resolvido com a biotecnologia que transforma plantas resistentes aos herbicidas, sem prejudicar a colheita.

Perspectivas futuras e impactos no agronegócio

Ao olhar para as novas perspectivas não é difícil de encontrar pesquisas em andamento que auxiliam o desenvolvimento da área, aumentando as oportunidades e possibilidades da produção agrícola e suas aplicações.

A realidade é que no futuro o agronegócio terá mais condições de combater a fome e melhorar a nutrição da população mundial, combinado de forma estruturada farmácia e agricultura. 

Ou seja, produzir mais com menos, além de atender às necessidades humanas. 

Em poucas palavras, é isso que a biotecnologia tem proporcionado para o agronegócio, tanto agora quanto no futuro, aprimorando progressivamente a qualidade da produção.

Vale destacar também o potencial para desenvolver plantas e animais mais produtivos e adaptados. 

Lembrando que as novas aplicações estão sendo continuamente estudadas para lidar com desafios globais, como mudanças climáticas e pandemias. 

E para continuar por dentro de temas relacionados à biotecnologia na agricultura, confira agora o novo guia prático 7 tecnologias em alta para se destacar no Agro.

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