Como mapear jobs to be done?
Aprenda a mapear Jobs to Be Done, entender clientes e inovar com um passo a passo claro e prático para sua empresa aplicar com sucesso
Entender como mapear jobs to be done é o primeiro passo para enxergar além do produto ou serviço e mergulhar nas verdadeiras motivações do usuário ou cliente. Ao identificar quais tarefas eles querem realizar, você descobre dores ocultas, oportunidades de inovação e caminhos para entregar soluções que realmente fazem diferença.
Neste conteúdo, você vai aprender a realizar esse mapeamento de forma prática e estratégica. Continue a leitura e descubra como revelar insights profundos para impulsionar a inovação e a competitividade do seu negócio.
O que é Jobs to Be Done e por que mapear?
Jobs to Be Done (JTBD) é uma metodologia que ajuda empresas a entenderem as verdadeiras motivações dos seus clientes, focando nos “trabalhos” que eles querem realizar em suas vidas, e não apenas no produto que adquirem. Mapear esses jobs permite um olhar profundo sobre as dores e necessidades, possibilitando inovação direcionada e estratégias de mercado mais assertivas.
Ao identificar os real jobs — ou tarefas reais que seus clientes desejam executar — sua empresa pode desenvolver soluções que transformam a experiência de consumo, aumentar a diferenciação frente à concorrência e potencializar resultados. Por esse motivo, mapear Jobs to Be Done é fundamental para transformar dados superficiais em insights profundos, alinhados ao que o consumidor realmente busca.
Principais conceitos e premissas do JTBD
O que são jobs?
Jobs são tarefas, objetivos ou problemas que os clientes querem resolver. Não se tratam do produto ou serviço em si, mas do progresso que o cliente deseja alcançar, seja ele funcional, emocional, social ou básico.
As quatro dimensões do job
- Funcional: O trabalho prático que o produto realiza;
- Emocional: Como o cliente se sente durante e após o uso;
- Social: O status e reconhecimento associado ao uso;
- Necessidade básica: A dor ou problema essencial que o produto resolve.
Premissas essenciais para mapear JTBD
- Diferenciar causalidade de correlação: entender o motivo real da compra, não apenas uma relação superficial
- Definir de fato os concorrentes: são aquelas soluções que cumprem o mesmo job, mesmo que não sejam do mesmo segmento
- Focar no que é importante para o cliente: priorizar os jobs críticos para entregar valor e rentabilidade
- Antecipar oportunidades de inovação: mapear jobs abre espaço para criar ou aperfeiçoar produtos relevantes.
Como fazer o mapeamento de Jobs to Be Done: passo a passo prático
1. Defina claramente o mercado e o problema a ser resolvido
Antes de tudo, é preciso escolher o segmento ou setor onde sua empresa atuará. Avalie quais dores ainda não são bem atendidas ou problemas mal solucionados para direcionar o foco do mapeamento.
2. Perfil do público-alvo e suas expectativas
Conheça quem são seus clientes e, principalmente, o que esperam do produto/serviço. Para isso, utilize pesquisas, entrevistas e ferramentas como o Canvas de Persona para extrair motivações, desejos e frustrações.
3. Conduza entrevistas qualitativas e exploratórias com usuários
Invista em conversas aprofundadas para que o cliente conte suas experiências, dores e contextos do dia a dia que levaram ao “job”. Foque em perguntas que revelem as causas reais da decisão e promovam a narração de situações anteriores à solução atual.
Alguns exemplos de perguntas-chave:
- Quando você percebeu que precisava resolver esse problema?
- Como resolveu até hoje? Quais dificuldades encontrou?
- O que aconteceria se essa solução desaparecesse?
- Quais sentimentos estão envolvidos na sua decisão?
4. Identifique os tipos de jobs (funcional, emocional, social) e priorize os mais importantes
Classifique cada job conforme seu tipo para entender onde o maior valor está. Nem todo job deve ser trabalhado — priorize aqueles que representam maiores necessidades e que trazem diferenciação ao negócio.
5. Documente os jobs em formato claro, objetivo e agnóstico
Cada job deve ser descrito sem indicar solução específica, para que futuras inovações não sejam bloqueadas. Um modelo prático é:
“Quando [situação/contexto], eu quero [motivação/resultados esperados], para que eu possa [benefício/resultado final].”
Exemplo:
“Quando estou com pouco tempo para preparar a refeição, quero uma opção nutritiva e rápida, para que eu possa me alimentar bem sem comprometer minha rotina.”
6. Analise concorrentes pelo prisma do job
Saia do óbvio: seu concorrente pode não ser quem vende o mesmo produto, mas quem resolve o mesmo job. Entender isso amplia oportunidades e ajuda a posicionar sua solução.
7. Desenvolva soluções focadas nos jobs prioritários
Com base no mapeamento, crie ou ajuste produtos/serviços para atender os jobs com excelência, entregando benefícios claros ao cliente e diferenciais competitivos.
6 erros comuns para evitar no mapeamento de JTBD
- Focar apenas em características do público (personas) e não nas motivações reais; lembre-se da causalidade e investigue o “porquê”.
- Validar ideias prematuramente sem ouvir o cliente profundamente; entrevistas superficiais geram dados equivocados.
- Ignorar o contexto e as emoções envolvidas; jobs emocionais e sociais são muito relevantes.
- Confundir ofertas com concorrentes reais; avalie a função do job, não apenas o segmento.
- Não priorizar jobs importantes; entregue com qualidade o essencial para seu público.
- Descrever jobs incluindo soluções; deixe a descrição limpa para maior flexibilidade.
Como elaborar entrevistas eficazes para mapear Jobs to Be Done
O sucesso do mapeamento depende muito da qualidade das entrevistas. Algumas recomendações:
- Estabeleça rapport e crie confiança para que o entrevistado fale abertamente
- Evite perguntas hipotéticas — prefira perguntas sobre experiências passadas
- Deixe o entrevistado narrar para identificar sentimentos e contexto
- Use a técnica do “mapa de progresso” para revelar forças que influenciam o cliente: push (o que o empurra), pull (o que atrai), inércia e ansiedade
- Evite validar suas ideias, foque em descobrir os problemas reais
Checklist: 8 ações necessárias para mapear Jobs to Be Done
1. Defina o mercado e o problema central
2. Busque conhecer o público-alvo e suas expectativas
3. Realize entrevistas qualitativas (em profundidade)
4. Classifique e priorize os jobs mapeados
5. Descreva os jobs em formato agnóstico e claro
6. Mapeie a concorrência real em função dos jobs
7. Desenvolva soluções focadas nos jobs
8. Meça os resultados com métricas ligadas à satisfação do job
FAQ MJV: o que você precisa saber sobre como mapear Jobs to Be Done
O que são exemplos de Jobs to Be Done?
Exemplos comuns incluem: quando quero me exercitar melhor, preciso de um tênis confortável que evite dores; quando tenho pouco tempo, quero refeições rápidas e nutritivas; quando desejo ser reconhecido, busco produtos que elevem meu status. O foco está sempre na tarefa ou necessidade, e não no produto em si.
Como diferenciar Jobs to Be Done de personas?
Personas descrevem características demográficas e comportamentais de grupos de clientes, enquanto JTBD foca nas motivações reais, os “jobs”, que impulsionam a compra. JTBD vai além do perfil e entende o motivo pelo qual o cliente contrata uma solução.
Quais ferramentas ajudam no mapeamento de JTBD?
Além das entrevistas qualitativas, pode-se usar Canvas de Persona para perfil, análise de dados (Big Data) para entender comportamentos, ferramentas de design thinking para prototipagem e testes. O uso de mapas de progresso e job stories também é recomendado.
É possível aplicar JTBD em empresas B2B?
Sim. Apesar de ser mais comum no B2C, empresas B2B podem usar JTBD para entender as tarefas que seus clientes empresariais precisam realizar, focando em soluções que atendam essas necessidades específicas e melhorem processos internos ou externos.
Como JTBD ajuda na inovação?
Ao entender quais jobs o cliente realmente deseja resolver, as empresas conseguem criar soluções inovadoras, antecipar demandas e melhorar produtos existentes, focando na real criação de valor, não apenas em funcionalidades superficiais.
Qual a relação do JTBD com o marketing?
JTBD orienta a concepção de mensagens e posicionamento focados nas tarefas do cliente, aumentando a conexão emocional e racional com o público. Isso torna campanhas mais eficazes e alinhadas às necessidades reais.
Como identificar jobs emocionais no mapeamento?
Nas entrevistas, explore sentimentos do cliente, desejos de status, segurança, felicidade ou alívio que o produto proporciona. Essas motivações são muitas vezes tão importantes quanto as funcionais.
Quais são os principais desafios no mapeamento de JTBD?
Evitar vieses, conseguir entrevistas aprofundadas, lidar com complexidade dos dados, separar motivação da solução atual, e adaptar insights à estratégia da empresa são os principais desafios.
Quando usar job stories em vez de user stories?
Job stories focam em descrever a situação, motivação e resultado esperados pelo cliente, sendo mais adequadas para desenvolvimento centrado no cliente. User stories são baseadas em funcionalidades, já job stories conectam a funcionalidade ao job real.
Como medir o sucesso de ações baseadas em JTBD?
Indicadores podem incluir satisfação específica do job, taxa de adoção da solução, redução de fricções no processo de compra, repetição de uso e crescimento de market share oriundo do alinhamento com os jobs.
Como alinhar JTBD com as equipes de produto e marketing?
Compartilhando mapas de jobs e insights de entrevistas, promovendo workshops conjuntos, desenvolvendo personas enriquecidas e job stories, além de fomentar cultura orientada ao cliente para tomada de decisões baseadas nos jobs.
Métricas e KPIs para acompanhamento após o mapeamento
- Net Promoter Score (NPS): para medir satisfação e recomendação;
- Taxa de adoção das novas soluções: indica aceitação do produto;
- Tempo de resolução do job: quão rápido o cliente alcança o resultado;
- Taxa de retenção e fidelização: reflete a entrega contínua de valor;
- Feedback qualitativo das entrevistas pós-lançamento: para insights adicionais.
Mitos e verdades sobre Jobs to Be Done
- Mito: “JTBD substitui personas.”
Verdade: JTBD complementa personas, focando nas motivações reais. - Mito: “JTBD é só para startups.”
Verdade: Qualquer organização pode se beneficiar das profundas informações geradas. - Mito: “JTBD exige grandes investimentos em tecnologia.”
Verdade: O processo de entrevistas qualitativas é o núcleo, tecnologia é apoio. - Mito: “JTBD é complexo e demorado.”
Verdade: Com metodologia adequada, pode ser ágil e muito eficiente.
Releve insights sobre seus clientes para construir melhores soluções
Quer levar esse conhecimento para a prática? Fale com um de nossos consultores da MJV e descubra como aplicar o Jobs To Be Done junto a outras metodologias de inovação para gerar insights mais profundos sobre seus clientes, identificar novas oportunidades e impulsionar o crescimento do seu negócio.
Voltar